Você provavelmente não precisa que ninguém lhe diga o quanto uma boa educação contribui para o sucesso profissional do indivíduo e, claro, o quanto colaboradores bem preparados contribuem para o sucesso da empresa.
Porém, é importante notar que a realidade da Indústria 4.0 muda completamente a relação entre estudo e trabalho.
A Indústria 4.0 é uma revolução industrial que utiliza tecnologia de automação e conectividade inteligente para desenvolver e melhorar, de forma rápida e eficaz, os produtos ao longo de todo o seu ciclo de vida.
Imagine um estudante que está nas cadeiras da faculdade hoje. Ele vai se formar daqui a três, quatro ou cinco anos e encontrar uma realidade completamente diferente daquela para a qual ele se preparou, porque os avanços e mudanças na Indústria 4.0 são muto mais rápidos do que eram em outras fases da economia.
Por isso, é preciso entender que as competências profissionais da Indústria 4.0 são diferentes das competências que se exigia de um profissional há 50 anos. Ou seja, as instituições de ensino e os próprios estudantes precisam se reinventar.
Nesse post, vamos ver o que precisa mudar para que os novos profissionais tenham um perfil capaz de se adaptar a essa nova realidade e, ainda mais do que isso, colaborar para impulsionar a Indústria 4.0.
É preciso evoluir a sala de aula para impulsionar a indústria 4.0
As instituições de ensino precisam rever seus currículos e sua metodologia para desenvolver e aprimorar em seus estudantes as habilidades exigidas por um mercado digital. Isso envolve a formação teórica, claro, mas principalmente a educação para a prática.
Pesquisas já demonstram, há bastante tempo, que o ensino brasileiro de maneira geral ainda falha em preparar os estudantes para aplicar seus conhecimentos à situações reais, e que existe uma insatisfação com essa falta de conexão entre a sala de aula e o mercado.
Por outro lado, há iniciativas positivas para resolver esse problema. O Sistema Fiesp, que engloba Sesi e Senai, por exemplo, desenvolve projetos que visam integrar seus alunos com as mudanças e as demandas da Indústria 4.0. É o caso do evento Olimpíada do Conhecimento.
Aliás, já se fala até em “Educação 4.0″, um novo modelo que incorpora tecnologias para tornar o processo de aprendizado mais dinâmico e, claro, mais próximo à realidade.
Construir uma indústria inteligente em conjunto com habilidades do futuro
Então, quais são as habilidades que realmente precisam ser desenvolvidas em um estudante para que, ao ingressar no mundo do trabalho, ele colabore para impulsionar a Indústria 4.0? Em outras palavras, quais são as competências profissionais da Indústria 4.0 mais importantes?
1. Flexibilidade
Justamente porque a Indústria 4.0 evolui rapidamente, o profissional precisa ser flexível para se adaptar aos novos desafios e demandas apresentadas. Do contrário, a economia avança e ele fica para trás.
2. Multidisciplinaridade
Independentemente da área de sua formação original, o profissional da Indústria 4.0 é multidisciplinar. Ele pesquisa e aprende sobre temas relevantes, buscando melhorar sua performance e descobrir novas intersecções, pois é nelas que se escondem as grandes oportunidades.
3. Facilidade de relacionamento interpessoal
Mesmo que a Indústria 4.0 seja marcada pela tecnologia, isso não significa que basta ter afinidade com o computador para se dar bem. Ao contrário: como muitas atividades estão sendo automatizadas, o que realmente requer a força de trabalho humana são as atividades humanas, aquelas baseadas em relacionamento.
Por isso, saber como interagir de maneira saudável e enriquecedora com os demais é indispensável.
4. Senso de prioridades
Com as mudanças provocadas pela tecnologia na maneira como as empresas trabalham, os conceitos de urgente e importante, que são essenciais para definir prioridades, também passam por transformações. O profissional deve ser capaz de avaliar as situações e definir quais delas precisam de atenção imediata e quais podem ser resolvidas por maneiras mais simples.
5. Visão sistêmica
A tecnologia raramente tem apenas impactos pontuais. Em geral, a implementação de um novo recurso, de uma nova ferramenta ou solução, acaba afetando todo o processo. Por isso, é preciso ter visão sistêmica, ser capaz de enxergar os processos como sistemas e entender como cada decisão ou ação afeta o todo.
6. Capacidade de análise de dados
Com a Indústria 4.0, os dados estão disponíveis de maneira abundante. Enquanto isso é positivo, porque permite ter mais embasamento para tomar decisões, também pode ser um problema se o profissional não tiver capacidade de interpretar o que os dados significam.
A indústria 4.0 é um desafio que está apenas começando
Para encerrar, cabe dizer que a Indústria 4.0 já fez muitos avanços, mas está longe de se “estabilizar”. Muita coisa ainda vai mudar nos próximos anos, e muitos outros desafios, que ainda nem podemos imaginar, vão aparecer.
Por isso é tão importante que os profissionais não fiquem parados e que os estudantes sejam preparados de maneira consciente para a realidade do mercado.
Embora tenhamos bons exemplos, o Brasil ainda está em desvantagem em relação aos países das economias centrais, que encabeçam a evolução da economia.
Especialistas reconhecem que existe uma defasagem e isso prejudica nossa competitividade internacional. Investir na preparação dos profissionais é uma das maneiras para superar esse atraso e impulsionar a Indústria 4.0 no país.
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